terça-feira, 18 de maio de 2010

Ministério da Cultura divulga censo das bibliotecas públicas municipais brasileiras

03/5/2010 - Ascom MinC
Fonte: www.pnll.gov.br

Pesquisa da FGV, encomendada pelo Ministério, revela o perfil das
Bibliotecas Públicas Municipais (BPMs) de todo o país. Mapeamento
permitirá o aperfeiçoamento das políticas para o setor.

Brasília, 30 de abril de 2010 - O 1º Censo Nacional das Bibliotecas
Públicas Municipais mostra que, em 2009, 79% dos municípios
brasileiros possuíam ao menos uma biblioteca aberta, o que corresponde
a 4.763 bibliotecas em 4.413 municípios.

Em 13% dos casos, as BPMs ainda estão em fase de implantação ou
reabertura e em 8% estão fechadas, extintas ou nunca existiram.
Considerando aquelas que estão em funcionamento, são 2,67 bibliotecas
por 100 mil habitantes no país.

O levantamento aponta que as BPMs emprestam 296 livros por mês e têm
acervo entre 2 mil e 5 mil volumes (35%). Quase a metade possui
computador com acesso à internet (45%), mas somente 29% oferecem este
serviço para o público. Os usuários frequentam o local quase duas
vezes por semana e utilizam o equipamento preferencialmente para
pesquisas escolares (65%). Quase todas as bibliotecas funcionam de
dia, de segunda à sexta (99%), algumas aos sábados (12%), poucas aos
domingos (1%). No período noturno, somente 24% estão abertas aos
usuários. A maioria dos dirigentes das BPMs são mulheres (84%) e tem
nível superior (57%).

Foram pesquisados todos os 5.565 municípios brasileiros. Em 4.905
municípios foram realizadas visitas in loco para a investigação sobre
a existência e condições de funcionamento de BPMs, no período de
setembro a novembro de 2009. Os 660 municípios restantes -
identificados sem bibliotecas entre 2007 e 2008 pelo Sistema Nacional
de Bibliotecas Públicas e atendidos pelo Programa Mais Cultura com a
instalação de BPMs - foram pesquisados por contato telefônico, até
janeiro deste ano.

O Censo Nacional tem por objetivo subsidiar o aperfeiçoamento de
políticas públicas em todas as esferas de governo - federal, estadual
e municipal - voltadas à melhoria e valorização das bibliotecas
públicas brasileiras. Segundo o levantamento, em 420 municípios as
BPMs foram extintas, fechadas ou nunca existiram. O MinC - por meio da
Fundação Biblioteca Nacional, com recursos do Programa Mais Cultura -
em parceira com as prefeituras municipais, promoverá a implantação ou
reinstalação dessas bibliotecas, com a distribuição de kits com acervo
de dois mil livros, mobiliário e equipamentos, no valor de R$ 50
mil/cada, totalizando R$ 21 milhões. As BPMs receberão, ainda,
Telecentros Comunitários do Ministério das Comunicações.



Região Sul tem mais bibliotecas por 100 mil habitantes



O Sul é a região brasileira com mais bibliotecas por 100 mil
habitantes (4,06), seguida do Centro-Oeste (2,93), Nordeste (2,23),
Sudeste (2,12) e Norte (2,01).
Tocantins (7,7 por 100 mil) é a unidade da federação com melhor
índice, bem à frente das demais: Santa Catarina (4,5), Minas Gerais
(4,1) e Rio Grande do Sul (4,0). Entre os piores índices estão
Amazonas (0,70), Distrito Federal (0,76), Rio de Janeiro (0,86), Acre
(1,44), Pará (1,60) e São Paulo (1,62).
Já o município brasileiro com maior número de bibliotecas neste
quesito é Barueri/SP (4,07 por 100 mil habitantes), seguido por
Curitiba/PR (2,97) e Santa Rita/PB (2,36). Entre os piores índices
estão Fortaleza/CE (0,03), Manaus/AM (0,05) e Salvador/BA (0,06).
Segundo a pesquisa, a região Sudeste é a que possui mais municípios
com bibliotecas abertas (92%), seguida do Sul (89%), Centro-Oeste
(81%), Norte (66%) e Nordeste (64%).
O Distrito Federal, com apensas uma cidade (Brasília), é a unidade da
federação que tem mais municípios com bibliotecas (100%), seguida pelo
Espírito Santo (97%) e Santa Catarina (94%). O Piauí (34%) e o
Amazonas (37%) têm os menores percentuais.
O Nordeste do país é a região que receberá mais kits do governo
federal para a implantação de bibliotecas: 161 municípios, seguida
pelo Sudeste (104), Sul (67), Norte (51) e Centro-Oeste (37). As
cidades que não receberão kits já estão reabrindo ou implantando suas
bibliotecas.



Capitais têm índices baixos de bibliotecas por 100 mil habitantes



De uma lista com 263 municípios brasileiros com mais de 100 mil
habitantes, as capitais têm índices mais baixos. A exceção é Curitiba
(2,97). A 2ª melhor no ranking é Palmas/TO (1,06) - mas está em 28º na
lista, enquanto a 3ª é Brasília/DF (0,76) - 100ª colocação. Todas as
demais capitais ficam abaixo desta colocação. A única capital que não
possuía BPM aberta na ocasião da pesquisa era João Pessoa/PB. O prédio
encontrava-se em reforma e a BPM já havia recebido kit de modernização
do Programa Mais Cultura.



Maioria usa BPMs para pesquisa escolar



Em todo o país, os frequentadores das bibliotecas municipais vão aos
estabelecimentos para fazer pesquisas escolares (65%), pesquisas em
geral (26%) e para o lazer (8%). Os nordestinos e os nortistas
registram a maior frequência para pesquisa escolar (75%), enquanto os
usuários do Sudeste são os que mais frequentam para o lazer (14%).
Entre os estados em que o uso da biblioteca para pesquisas escolares é
maior está o Amapá (91%) Por sua vez, os frequentadores de São Paulo
são os que mais vão às bibliotecas para o lazer (22%).
Os assuntos mais pesquisados nas bibliotecas são Geografia e História
(82%); Literatura (78%), e obras gerais - enciclopédias e dicionários
- (73%). Neste quesito, a resposta era de múltipla escolha e,
portanto, a soma é superior a 100%.



Usuário visita biblioteca cerca de duas vezes por semana



Segundo o levantamento, a média de visita ao estabelecimento é de 1,9
vez por semana. Os moradores do Nordeste são os que mais frequentam
bibliotecas municipais (2,6 vezes por semana), enquanto a média do Sul
e do Sudeste é a mais baixa (1,6 por semana). Norte e Centro-oeste têm
frequências de 2 e 1,8 vezes por semana, respectivamente.
Roraima é o destaque, com ida de 4,1 vezes por semana, seguida por
Pernambuco (3,7) e do Distrito Federal (3,5). Os piores índices de
frequência ocorrem no Acre, Rio de Janeiro, Santa Catarina e Sergipe
(ambos com uma vez por semana).



Origem do acervo da maioria das bibliotecas é doação



O acervo da maioria das bibliotecas é constituído por doação (83%). O
Nordeste é a região onde as doações são maiores (90%), seguido pelo
Sudeste (85%) e Centro-Oeste (84%). Por outro lado, o Sul tem o maior
índice de compra de acervo (28%), seguido pelo Norte (19%).
Na média brasileira, a maior parte das bibliotecas tem acervo entre 2
mil e 5 mil volumes (35%). Nas demais faixas: até 2 mil volumes (13%),
entre 5 mil e 10 mil (26%) e mais de 10 mil (25%). É no Sudeste que se
concentra a maior quantidade de bibliotecas com acervo superior a 10
mil volumes (36%). Por outro lado, a maior quantidade de bibliotecas
com até 2 mil volumes está concentrada no Norte (25%).



Sudeste lidera média de empréstimos de livros



A média nacional de empréstimos domiciliares é de 296/mês. Os
moradores do Sudeste são os que mais fazem empréstimos (421/mês),
seguidos do Sul (351/mês), Centro-Oeste (157/mês), Nordeste (118/mês)
e Norte (90/mês).
Entre os estados, São Paulo faz mais empréstimos (702/mês), seguido do
Distrito Federal (559/mês) e Paraná (411/mês). As menores médias
ocorrem no Amapá (11,7/mês), Tocantins (43,5/mês) e Maranhão (52/mês).



Menos de 10% das BPMs oferecem serviço para pessoas com deficiência



Apenas 9% das BPMs oferecem serviços para deficientes visuais
(audiolivros, livros em Braille, etc.). No caso dos serviços
especializados para surdo-mudos, deficientes mentais ou físicos, o
índice cai para 6% das bibliotecas.



Apenas 24% das BPMs funcionam à noite e 1% aos domingos



A grande maioria dos estabelecimentos funciona de dia, de segunda à
sexta (99%). Somente 12% abrem aos sábados e 1% aos domingos. O
Sudeste é onde existe um percentual maior de bibliotecas que funcionam
aos sábados (14%), seguido do Centro-Oeste (13%), Sul (12%), Norte
(11%) e Nordeste (6%).
À noite, 24% dos estabelecimentos estão abertos. No Nordeste é onde
está a maior parte das bibliotecas que funciona à noite (46%), seguida
do Norte (28%), Centro-Oeste (21%), Sul (18%) e Sudeste (12%).



Quase metade das bibliotecas tem acesso à internet



A pesquisa da FGV revelou também que 45% das bibliotecas têm
computadores com acesso à internet. O Sul concentra o maior percentual
de estabelecimentos com acesso à internet (65%), enquanto o Norte tem
o menor (20%). No entanto, em apenas 29% das BPMs do país os usuários
têm acesso direto à internet. Mais uma vez o Sul lidera este item
(45%), enquanto o Norte tem a menor quantidade (15%).



Maioria das BPMs desenvolve programação cultural



A maioria das BPMs oferecem alguma atividade cultural (56%). Entre os
serviços prestados a seus usuários, o mais recorrente é a Hora do
Conto - ocasião em são contadas histórias para as crianças e jovens.
Este serviço é oferecido em 29% dos estabelecimentos. Já 25% promovem
oficinas de leitura e 24% realizam roda de leitura.



Dirigentes das BPMs são mulheres e têm nível superior



O levantamento mostra que 84% dos dirigentes das bibliotecas são
mulheres. Em Santa Catarina, Acre e no Rio Grande do Norte o índice
chega a 90%, seguidos por Paraná (88%) e Pernambuco (87%). A maioria
dos dirigentes tem nível superior (57%). O Acre é onde o grau de
instrução é maior (80%) e o Amapá, a menor (27%).
Na média nacional, as BPMs têm 4,2 funcionários - o Nordeste tem o
maior índice (5,7), seguido do Norte (4,5), Sudeste (4,1),
Centro-Oeste (3,5) e Sul (3,0). O Distrito Federal é a unidade da
federação com a maior quantidade de funcionários (8,1) e Santa
Catarina é a que tem a menor (2,4).



Mais informações
Neila Baldi, assessora de Imprensa da Diretoria do Livro, Leitura e
Literatura, do MinC, pelos telefones 61 2024 2628/30, 61 9104.3514, ou
pelo email neila.baldi@cultura.gov.br
Marcelo Lucena, assessor de Imprensa do MinC, no telefone 61 2024 2407
ou pelo email Marcelo.Silva@cultura.gov.br

Susanna Scarlet, assessora de Imprensa do MinC, no telefone 61 2024
2407 ou pelo email Susanna.scarlet@cultura.gov.br

Rafael Ely, assessor de imprensa da Secretaria de Articulação
Institucional/MinC, pelos telefones 61 2024-2325/2345 ou pelo email
Rafael.ely@cultura.gov.br

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